O ritmo da colheita de soja no Brasil tem mostrado produtividades positivas, elevando a estimativa de produção para a safra 2019/2020. Segundo revisão de fevereiro da consultoria INTL FCStone, estão previstos 124 milhões de toneladas, aumento de 1,9% frente ao número divulgado em janeiro e quase 8% a mais que as 115 milhões de toneladas produzidas no ciclo 2018/2019, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“No Mato Grosso do Sul e em Goiás, além do aumento do rendimento, houve revisão também de área. No caso de resultados favoráveis se manterem até o final da colheita, haveria espaço para novos aumentos nas próximas revisões”, avalia a analista de inteligência de mercado do grupo, Ana Luiza Lodi.
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No Rio Grande do Sul, o clima quente e seco trouxe cortes no rendimento, levando a produção estimada cair pouco mais de 400 mil toneladas no estado. Apesar disso, o clima em fevereiro ainda é importante, já que o ciclo no Rio Grande de Sul é mais tardio.
De modo geral, de acordo com a FCStone com a expectativa da produção de soja revisada para cima e sem modificações nas variáveis de demanda, os estoques devem ficar mais elevados, em 5,78 milhões de toneladas.
A estimativa de exportações em 2020 está mantida em 72 milhões de toneladas e a de consumo doméstico em 48 milhões de toneladas.
Cabe lembrar que a Conab ainda vai divulgar revisões do quadro de oferta e demanda da soja, possivelmente para várias safras passadas, o que pode impactar os números da safra 2019/2020.
Para a primeira safra de milho 2019/2020, a INTL FCStone trouxe um pequeno aumento em sua revisão de fevereiro, de 160 mil toneladas, consolidando a expectativa de produção em 25,91 milhões de toneladas, motivada pelas boas perspectivas para o rendimento em alguns estados como o Paraná.
“Esse leve aumento da produção estimada para a primeira safra condicionou também o crescimento da produção do total, alcançando 99 milhões de toneladas — considerando, ainda, o número de produção para a 3ª safra da Conab”, explica Ana Luiza Lodi.
Já para a safrinha, o levantamento mostrou estabilidade em relação a janeiro, apesar dos ajustes menores de área e de produtividade entre os estados. A produção esperada continua em 71,97 milhões de toneladas, com a possibilidade do ciclo de inverno sofrer mudanças significativas, dependendo do andamento do plantio e principalmente do clima nos próximos meses. “As expectativas para a safrinha são grandes, principalmente num ano em que há preocupações com a disponibilidade de milho, após o consumo e as exportações muito fortes em 2019”, avalia.
Apesar do leve aumento da produção, a estimativa de estoques finais de milho para a safra 2019/2020 caiu para 8,57 milhões de toneladas, decorrente de estoques de passagem menores da safra 2018/2019, após as exportações recordes.