No Paraná, os produtores de grãos estão quebrando a cabeça para fechar as contas e tentar diminuir os custos de produção desta safra. Para tentar ajudar nesta tarefa, o Projeto Soja Brasil traz dicas de como economizar, sem perder produtividade na lavoura.
A lavoura de soja do produtor Luiz Fernando Bonesi, de Goioerê (MT), segue se desenvolvendo direitinho. Mas para deixar assim é preciso muito investimento e ele sentiu o tamanho do problema quando comercializou 40% da safra futura antecipadamente e, percebeu que os preços não correspondiam ao esforço.
“O ano passado compramos os produtos e fizemos contratos a R$ 76,50. Neste ano, quando a gente começou a fazer a campanha, conseguimos contratos a R$ 70,30 por saca. Tem uma diferença de quase 10%. Agora vamos torcer para dar certo e o preço melhorar”, comenta o agricultor.
Para completar, os produtores também irão precisar reaplicar os herbicidas para controlar o milho guaxo e as plantas daninhas.
“Provavelmente teremos que fazer esse manejo já com a cultura da soja instalada. Ou seja, já começamos a ter um custo a mais com herbicida, pelo fato de não ter feito o controle adequado devido à falta de chuvas”, diz o presidente da Aprosoja Paraná, Márcio Bonesi.
Em relação a custos, os produtores do Paraná tem uma grande preocupação: a ferrugem asiática. Segundo dados do consórcio antiferrugem, na safra 2018/2019 foram registrados 58 casos da doença, o que fez com que o estado ficasse em 2º lugar no número de ocorrências, atrás apenas do Rio Grande do Sul. No ciclo anterior foram 113 casos.
Com isso, o número de aplicação de herbicidas na soja é um pouco maior. Normalmente essas aplicações variam entre duas e três, mas lá, elas ficam entre 3 e 4, e isso aumenta os custos de produção.
E não é só com os herbicidas que os gastos aumentaram. O valor das sementes que era de R$ 400 por hectare, em agosto deste ano, saltou para R$ 424. Os fertilizantes passaram de R$ 446 para R$ 511. Já os defensivos agrícolas, onde incluem os herbicidas, saltaram de R$ 395 para R$ 420. Ao todo, os custos de produção no estado, segundo o Deral, subiram de R$ 3.360 por hectare para R$ 3.539. Ou seja, nesta safra, cada saca está custando R$ 64,35 centavos.
“O agricultor aqui faz conta e, com certeza, diminui um pouco o uso da tecnologia. Sempre que avaliam que irão precisar de mais sacas para pagar esse custo, se vê de onde pode tirar”, conta o presidente do Sindicato Rural de Goioerê, Sérgio Fortis.
“O que precisa é fazer uma amostragem bem feita. Isto é, coletar várias amostras de um mesmo talhão, misturá-las muito bem e formar uma amostra composta. Essa é a que será analisada e que vai indicar quanto de fósforo, de potássio, ou de nitrogênio é preciso adicionar naquele solo”, diz o pesquisador.