A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e a Polícia Civil de Goiás, colocaram em prática, nesta quinta-feira (20) a Operação Helicoverpa. A ação tem esse nome porque Helicoverpa é uma lagarta considerada praga de difícil combate e que devasta plantações inteiras de soja. A quadrilha agia furtando cargas do grão.
Durante a ação, quatro pessoas foram presas. Um dentista que possuía uma pequena propriedade, dois motoristas de caminhão e o gerente do crime, que coordenava os golpes.
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Foto: Embrapa Soja
As investigações da 16ªDP demonstraram que a quadrilha atuava se oferecendo para fazer frete de grandes cargas de soja com seguro contratado. No trajeto, desviavam a carga para o depósito do grupo, onde havia troca das placas dos caminhões.
Na sequência, o grupo entregava a soja nas empresas de compra do grão, mas com a carga em nome do dentista, simulando que faziam a colheita na pequena propriedade dele. O pagamento era recebido pelo falso produtor e dividido com os comparsas.
Para finalizar o golpe, os criminosos colocavam as placas originais e simulavam que teriam sido vítimas de algum crime, como furto ou roubo e até mesmo extravio da carga, alegando furos na carroceria e registrando ocorrências policiais para que o seguro fosse pago, a fim de que nem o produtor e nem o comprador ficassem no prejuízo.
Dessa forma, diante do registro de falso crime na delegacia de polícia, as investigações foram iniciadas e foi comprovada a fraude.
Durante as investigações, foi possível constatar outras duas ocorrências falsas, uma anterior e outra posterior, além de boletins registrados em outras unidades federativas. Estima-se que o grupo faturou em um único contrato mais de R$ 170 mil de entrega de carregamento de grãos de soja.
De acordo com a Polícia, com o dinheiro fruto dos roubos, os investigados compraram casas e carros novos, sendo os bens alvos de bloqueio judicial.
Além de celulares, notebooks, documentos diversos, quatro veículos auferidos pelos indiciados com a vantagem indevida foram apreendidos e ativos financeiros do grupo foram bloqueados, para garantir o ressarcimento da vítima, impedir novos delitos e restaurar a ordem pública.
Ademais, apreenderam armas de fogo na casa do dentista, que irá responder preso pelo crime de posse irregular de arma de fogo.
Houve o indiciamento dos criminosos nos crimes de furto mediante fraude, falsa comunicação de crime, adulteração de sinais identificadores e associação criminosa. Além disso, também serão investigados pelo crime de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.