Mato Grosso já está com 83% da área destinada à soja plantada nesta safra, de acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado. A média dos últimos cinco anos para o estado é de 67% e o resultado positivo do atual ciclo se deve ao adiantamento dos trabalhos possibilitados pela quantidade certa de chuva em outubro e início de novembro.
No entanto, são as condições para a próxima temporada que têm preocupado os produtores do líder em produção da oleaginosa no país. Isso porque o encarecimento e possível falta de fertilizantes deve levar os agricultores a uma mudança de comportamento.
Segundo o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, o racionamento do uso desses insumos pode ser uma solução. Para discutir tal possibilidade, a entidade realiza nesta quinta-feira, às 19h (horário de Brasília) a live “Adubação Zero”. Participarão do evento online o vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, o engenheiro agrônomo e consultor técnico da entidade, Leandro Zancarano, e o superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleiton Gauer.
“Na última década, o produtor vem intensificando o uso de fertilizantes e é por isso que em algumas regiões e em alguns casos é possível uma redução de alguns elementos, como fósforo e potássio”, avalia Cadore. “É claro que isso precisa ser avaliado tecnicamente, mas existe essa possibilidade e a Aprosoja mostrará isso [na live] através de dados e de pesquisa”, completa, enfatizando que os fertilizantes praticamente dobraram de preço em dólar em 2021.
De acordo com ele, a redução dessas matérias-primas é uma orientação do setor produtivo, principalmente da cadeia de soja e milho. “Costumamos dizer que o principal insumo da agricultura é a viabilidade, a rentabilidade. Esse fator também estará em pauta na live e é importante que o produtor participe”, convoca Cadore.
Apesar de a instalação da safra 2021/2022 em Mato Grosso estar adiantada em comparação à média dos últimos cinco anos, que foi de 67%, a chuva não tem beneficiado todas as áreas mato-grossenses. “Como o estado é muito grande, temos uma diferença enorme de lugar para lugar. Da região Sul para a Norte são mil quilômetros de distância, assim como da leste para a oeste, então é natural que tenhamos regiões mais adiantadas e outras mais atrasadas [no plantio]”, detalha o presidente da Aprosoja-MT.
Segundo ele, a região Leste do estado tem enfrentado algumas dificuldades neste sentido e não está com a semeadura tão adiantada quanto à Oeste, Norte e Centro-Sul.
Quanto aos custos de produção da soja geneticamente modificada observados no atual ciclo no estado, houve alta de 24,41% entre setembro de 2020 e igual período deste ano, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).