A safra de grãos do Paraná deve encerrar o ciclo 2020/21 com uma produção de 34,4 milhões de toneladas, queda de 16% sobre as 41,2 milhões de toneladas de 2019/20. A área cultivada de 10,4 milhões de hectares, no entanto, é 4% superior em relação à safra passada, segundo informou relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura.
Segundo o Deral, a conjunção de fenômenos como estiagem em momentos cruciais de algumas das principais culturas agrícolas paranaenses, as fortes geadas ocorridas no final de junho e meados de julho e a agressividade de algumas pragas levaram à redução na estimativa da safra de grãos 2020/21.
“É um quadro bastante complicado, mas realista. Como era de se esperar, reposicionamos fortemente para baixo a nossa estimativa global”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Isso decorre, particularmente, da perda substancial no milho safrinha e no feijão de segunda safra.
“Nós fazemos agricultura como atividade biológica a céu aberto, sem muita proteção e este ano, particularmente, agravado pelo fato de termos plantado a safrinha de milho fora do melhor prazo recomendado pela ciência, pela pesquisa e pelo zoneamento agrícola”, lamentou. “Mas nos próximos 40 dias vamos iniciar a semeadura da safra de primavera/verão 2021/22 tentando refazer a vida, refazer a renda, enfim refazer as possibilidades de obter recursos através da produção.”
O chefe do Deral, Salatiel Turra, salientou, sobretudo, a redução verificada na produção de milho em comparação com o previsto inicialmente. “Essa cultura atravessou diversas adversidades climáticas como estiagem, pragas e baixas temperaturas”, disse. “Entretanto, apesar desse cenário pessimista temos preços bastante interessantes para os produtores, um aumento em torno de 124% quando comparado com o mesmo período do ano passado.”