Para esta semana, os preços do milho ainda deve ser balizados pelo relatório de intenção de plantio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que trouxe números abaixo do esperado para o mercado, No cenário interno, o ritmo está dentro do esperado, com oferta ajustada e preços firmes.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do
analista da Safras Consultoria, Paulo Molinari.
– Intenção de plantio apontou 91,14 milhões de acres para 2021 nos EUA, abaixo do que o mercado esperava;
– É uma área que pode gerar uma produção de 370/380 milhões de toneladas e manter os estoques para 21/22 no milho;
– Contudo, cria um ambiente tenso para o quadro climático até agosto, já que qualquer variável negativa de clima poderá gerar forte alta, bem como um clima favorável poderá gerar pressões na colheita;
– A grande dúvida global é a atitude da China em novas compras até outubro, com a colheita da sua safra, bem como para 2021/22;
– Os preços na Bolsa de Chicago cravaram limite de alta até julho/22 diante do risco de corte maior nos estoques e do clima;
– Efetivamente, mercado novamente errou em suas projeções, as quais não foram confirmadas pelo USDA;
– O quadro poderia forçar uma derivação de demanda global para milho da América do Sul nos próximos meses;
– O mercado interno brasileiro segue seu ritmo esperado para este primeiro semestre;
– Ofertas ajustadas no mercado interno, preços regionais recordes e demanda podendo necessitar de ajustes para baixo para melhorar os preços finais e equilibrar custos;
– Colheitas regionais vão conseguindo atender a demanda mais urgente, porém, sem folgas e sem pressão sobre as cotações;
– As altas internacionais somente trazem um ingrediente a mais nesta formação de preços no Brasil, pois, no curto prazo, tornam a importação inviável;
– Em adição ao quadro, o plantio tardio da safrinha e a atenção sobre o clima pesam na composição de expectativas e decisão de venda pelo produtor;
– Com plantio tardio, o risco climático aumenta e os produtores somente tomarão decisão e venda quando a produção estiver sinalizada com menor risco, ou seja, de junho em diante;
– Enquanto isso, o mercado vai rompendo a barreira dos R$ 90 no Sul e Sudeste e ainda sem apontar para uma curva de reversão das altas.