Mesmo com a escassez de grãos no mercado interno, as exportações de alguns itens agrícolas, como o milho, seguem aquecidas no final deste ano. Segundo dados consolidados do Comex Stat do Ministério da Economia, de janeiro a novembro, o Brasil exportou 29,7 milhões de toneladas de milho, com faturamento de US$ 4,9 bilhões.
Ao considerar os dados preliminares do ministério obtidos até a segunda quinzena de dezembro, as vendas externas do grão somam 32,9 milhões de toneladas. Com esse volume, o Brasil chega ao segundo melhor resultado das exportações de milho em toda a história, atrás apenas da quantidade embarcada em 2019, quando o total a 44,9 milhões de toneladas.
Para o analista de mercado Vlamir Brandalizze, os produtores brasileiros aproveitaram o bom momento do câmbio para negociar o produto no exterior. “As exportações neste fim de ano são de contratos mais antigos. Os preços em dólar em Chicago subiram 25% no segundo semestre, beneficiando as vendas para o exterior”, destaca.
Em dezembro, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) prevê que as vendas externas do milho alcancem 4,457 milhões de toneladas. Segundo a entidade, o Brasil deve fechar o ano com 34,003 milhões de toneladas embarcadas.
Se, por um lado, as vendas externas de milho devem encerrar 2020 com o segundo melhor resultado da história, para a soja, o que chama a atenção é o volume acima da média das importações. Entre janeiro e novembro deste ano, as compras da oleaginosa atingiram 748 mil toneladas, muito acima das 131 mil importadas em mesmo período de 2019, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Até a segunda semana de dezembro, as aquisições somaram 29,2 mil toneladas, ante pouco mais de 13 mil registradas em mesmo período do ano passado.
Com esses números, as compras brasileiras de soja chegaram ao maior volume dos últimos 17 anos. A última vez que o Brasil importou um volume tão expressivo de soja foi em 2003, quando comprou 1,156 milhão de toneladas do grão.