As exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada recuaram 12,8% em setembro na comparação com agosto. O ritmo, que havia sido expressivo e chegou a apontar para um recorde histórico na primeira quinzena do mês, teve forte desaceleração na segunda quinzena. Ainda assim, o país teve o segundo melhor setembro da história, embarcando 142,35 mil toneladas. Na comparação anual, houve pequeno crescimento de 2,94%.
Apesar do menor ritmo das exportações, os preços no mercado brasileiro seguiram em alta. A Scot consultoria registrou valorizações em metade das praças pesquisadas e o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) teve leve avanço, de R$ 256,7 para R$ 256,8 por arroba. Na B3, a curva futura subiu 0,7% em média e o contrato para novembro superou R$ 260 no ajuste.
O indicador do Cepea para o milho renovou o recorde histórico pelo terceiro dia consecutivo e engatou a décima alta seguida. Na B3, os ajustes tiveram alta moderada, interrompendo a sequência de fortes avanços dos últimos dias. Os contratos para janeiro e março de 2021 ficaram próximos de R$ 67. A subida do dólar e do milho em Chicago favoreceram as cotações no Brasil.
As exportações brasileiras de milho totalizaram 6,6 milhões de toneladas em setembro, recorde para o mês na série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Mas o volume exportado no terceiro trimestre de 2020 ficou 13% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Na comparação com setembro de 2019, houve alta de 2,58%.
Os preços ficaram estáveis no mercado físico brasileiro de soja apesar do cenário de alta do dólar e de leve valorização em Chicago. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, as negociações seguem lentas e regionalizadas, reflexo da falta do produto. Em Rondonópolis (MT), o preço seguiu em R$ 162 por saca.
O indicador do Cepea para o porto de Paranaguá refletiu as altas dos últimos dias e teve avanço de 2,8%, com a saca cotada a R$ 152,24. Assim como o milho, a oleaginosa renovou o recorde histórico da série.
O Brasil exportou 4,47 milhões de toneladas de soja em setembro, volume 28% menor que o registrado em agosto. A redução segue o padrão sazonal de esgotamento da oleaginosa brasileira com a norte-americana ganhando destaque no mercado externo a partir do andamento da colheita.
O café arábica recuou novamente em Nova York e atingiu a mínima em mais de dois meses. Os preços no mercado físico brasileiro acompanharam as quedas e também caíram. O cenário para o grão segue desafiador, com dúvidas em torno da demanda por conta das preocupações com novas medidas restritivas em virtude da pandemia. No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa com 15% de catação terminou o dia em R$ 520/525, no dia anterior estava em R$ 530/535.
A Organização Internacional do Café (OIC) mostrou que as exportações dos países membros e não membros totalizaram 10,044 milhões de sacas de 60 quilos em agosto, ante 10,862 milhões no mesmo mês do ano passado, queda de 7,5%.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na madrugada desta sexta-feira, 2, que está com Covid-19. Os mercados globais sentiram a notícia e operam com expressivo recuo em virtude da incerteza eleitoral que a notícia traz. Donald Trump informou que irá iniciar a quarentena. A um mês das eleições e após um debate com pouco efeito em relação à mudança de votos, o afastamento do presidente norte-americano de uma campanha firme pelo país pode mudar o cenário eleitoral.
A agenda econômica traz o payrroll de setembro nos EUA com a criação de vagas formais de trabalho no país. A expectativa é de nova criação robusta de postos de trabalho, mas com desaceleração em relação ao mês anterior.
A produção industrial de agosto será divulgada nesta sexta-feira, 2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa do mercado é de que o indicador mostre crescimento pelo quarto mês consecutivo, dando sequência ao processo de recuperação da economia brasileira.
O Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta quinta-feira, 1º, a favor da venda de refinarias pela Petrobras sem o aval do Congresso. Com isso, a bolsa brasileira descolou do mercado de juros e de câmbio e fechou o pregão em alta.
Por fim, os investidores seguem monitorando o cenário político e as discussões em torno da reforma tributária, pacto federativo e reforma administrativa. Com o início das campanhas para as eleições municipais, a impressão geral do mercado é que a agenda de reformas ficou para 2021.