Médios e grandes produtores, correntistas do Banco do Brasil, poderão com um custo efetivo total de operação menor neste Plano Safra. Durante coletiva de imprensa, realizada nesta quarta-feira, 1, o diretor de agronegócios Antônio Carlos Chiarelli confirmou que os custos administrativos e tributários (CAT) do Banco do Brasil serão reduzidos para as operações de custeio. O valor da redução, no entanto, não foi divulgado.
“Já está oficializado junto ao Ministério da Agricultura e ao Tesouro Nacional uma redução do CAT dos programas de custeio de grande e médios produtores. Isso a gente vai ver nos próximos dois dias, a partir da publicação das portarias necessárias. É importante a gente observar a liturgia e a tramitação no âmbito dos ministérios”, pontuou Chiarelli.
A medida foi cobrada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na reunião interministerial de 22 de abril, divulgada pelo Supremo Tribunal Federal. Cristina foi gravada solicitando redução na taxa de juros para o presidente Jair Bolsonaro. “O produtor não consegue aguentar uma taxa de 9%”, disse. Na ocasião, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, foi questionado por Bolsonaro sobre a demanda da chefe da Agricultura.
Na reta final para o lançamento do Plano Safra 20/21 pelo Governo Federal, líderes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também articularam pela redução das taxas cobradas ao produtor rural no fechamento das operações de crédito. O presidente da frente, deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) chegou a mencionar que era preciso “acabar com o sócio oculto” do agronegócio.
Os financiamentos feitos pelo banco, neste novo plano agrícola e pecuário, seguirão as taxas de juros anunciadas pelo governo federal: 2,75% a 4% para beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), 5% para beneficiários do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) e 6% para demais produtores.
Crédito parametrizado
O vice-presidente de Agronegócio e Governo do Banco do Brasil, João Rabello Junior, anunciou que o Banco do Brasil está finalizando os estudos necessários para a oferta de crédito parametrizado aos produtores rurais. A medida pretende facilitar o acesso ao crédito.
Rabello Junior explicou que o BB possui uma base de dados chamada de Risco Técnico Agropecuário, que tem sido alimentada por mais de 200 agrônomos e assessores técnicos distribuídos em todo o Brasil.
Segundo o vice-presidente, apenas produtores que possuem produtividade muito acima da média precisarão fornecer documento comprovatórios para o banco a fim de conseguir acesso a um limite de crédito maior.
Inovações digitais
No lançamento do novo Plano Safra, disponibilizado pelo BB, Rabello Junior também anunciou a estreia de uma nova plataforma de soluções digitais para o produtor rural. No site Broto, os correntistas poderão orçar maquinários e insumos, além de simular plantios e safras.
O vice-presidente reforçou que mais de 80 mil correntistas do banco já podem contratar operações de custeio por meio do aplicativo do BB. No último ano safra, foram registrados mais de 1500 financiamentos fechados de maneira digital. Esses negócios movimentaram cerca de R$ 460 milhões.
Neste Plano Safra, o Banco do Brasil volta a ofertar R$ 103 bilhões em crédito rural aos clientes. No último período, foram utilizados R$92,5 bilhões. Na cerimônia de lançamento transmitida online, na manhã desta quarta-feira, participaram o presidente do BB, a ministra da agricultura e o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.