O instituto de meteorologia da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, atualizou os dados sobre a incidências dos fenômenos El Niño, La Niña e neutralidade climática. De acordo com a entidade, a neutralidade climática deve continuar, embora já apareça no radar o resfriamento de águas do oceano Pacífico no outono, inverno e início da primavera. Depois, entre janeiro e fevereiro de 2021, há chance de aquecimento dessas águas.
“Essa tendência de águas mais frias no Pacífico impacta por exemplo o arroz do Rio Grande do Sul. Dificilmente devemos ter uma reposição da água nos reservatórios suficiente para a irrigação de toda área instalada no próximo ano”, explica o agrometeorologista da Somar Celso Oliveira.
Para o Centro-Oeste, ele afirma que há possibilidade de demora na regularização das chuvas em Mato Grosso. “Algumas simulações trabalham com menos de 100 milímetros de chuva para outubro”, diz.
A Somar Meteorologia indica que maio começa com expectativa de chuvas abaixo da média em boa parte do país. De acordo com a meteorologista Desirée Brandt, enquanto que a faixa norte do Brasil e a costa do Nordeste ainda deve receber quantidades significativas de precipitações, a região central terá um mês mais seco que o normal.
“Isso não significa que não teremos chuva. Há possibilidade de precipitações, mas o acumulado não deve atingir a média histórica para o mês. Enquanto isso, as chuvas do Norte e Nordeste devem favorecer as lavouras de cana”, comenta.
Outro destaque é que nas regiões sul de Minas Gerais e de São Paulo, em Mato Grosso do Sul e no região Sul do Brasil, as chuvas ficarão dentro da média. “O que não significa dizer que não ser registrados grandes acumulados, mas sem dúvida teremos algum alívio para o plantio do trigo, da cana-de-açúcar em São Paulo e pelo menos vão não aumentar os problemas por falta de precipitações no milho safrinha do Paraná”, explica Brandt.
O cenário de tempo mais seco das últimas semanas começa a mudar. Entre os dias 5 e 9 de maio, uma frente fria deve trazer chuvas com acumulados expressivos. “Essa precipitação será mais abrangente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Então vai haver um cenário de mudança, com volta das chuvas para o Brasil”, diz o agrometeorologista da Somar, Celso Oliveira.
Em Maringá, no oeste do Paraná, há expectativa de chuvas entre 50 milímetros e 60 milímetros. Produtores relatam que caso essa chuva prevista aconteça, será suficiente para a segunda safra de milho ter uma produtividade razoável.
Uma nova onda de frio deve atingir algumas regiões do país a partir desta semana. A expectativa é que essa frente fria seja mais forte no Sul mas avança até o Norte do Brasil. “Boa parte do país vai sentir a queda da temperatura. Isso acontece a partir de meados desta semana”, diz o agrometeorologista Celso Oliveira.
As informações iniciais indicam formação de geadas em áreas mais altas do Sul, atingindo lavouras de feijão e hortaliças do Paraná. “Mas a informação ainda pode mudar, precisamos fazer esse monitoramento nos próximos dias para a partir da segunda-feira, 4, ter uma visão melhor”, afirma.
1º- Maio terá chuvas intensas e ondas polares; veja onde
Após o abril seco no centro e sul do Brasil, a entrada das primeiras ondas de frio e a intensificação dos ventos fortes em altitude trazem chuvas mais intensas em maio. De uma forma geral, as simulações européia e americana indicam o mesmo cenário com precipitações mais intensas que o normal para época do ano no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e em partes de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Ainda de acordo com a simulação européia, a maior parte da precipitação acontecerá na segunda quinzena de maio, período em que também há previsão de declínio mais acentuado da temperatura.
Por falar em temperatura, após uma primeira quinzena de abril com temperatura abaixo da média entre o Sul e Sudeste, as ondas polares chegarão com cada vez mais frequência e intensidade. Tanto que a previsão para maio é de temperaturas mais baixas que o normal em boa parte do centro e sul do Brasil.
No Norte e Nordeste, espera-se uma condição típica de maio, ou seja, intensificação da chuva no leste do Nordeste, manutenção das fortes precipitações sobre a costa norte do Nordeste e boa parte da Região Norte e aparecimento do período seco prolongado no interior do Nordeste e Tocantins, além de áreas de Minas Gerais, Goiás e leste de Mato Grosso.