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Canal Rural - Uol | 04/05/2020 - 08:35
Esta é a melhor retrospectiva de soja da safra 2019/2020 que você verá
O projeto Soja Brasil acompanhou de perto todas as expectativas, dificuldades, vitórias e curiosidades da maior safra de soja já colhida no Brasil. Confira esse levantamento!

A safra 2019/2020 de soja vai chegando ao final e após o evento de fechamento da safra, que também premiou os Personagens Soja Brasil desta temporada, preparamos uma retrospectiva bastante completa sobre a safra que se encerrará em breve. Este ano marcou a retomada do crescimento da produção brasileira e, de quebra, consolidou o país como o maior exportador e produtor de soja do mundo. Vários recordes foram batidos neste ano, positivos e negativos, incluindo os maiores preços por saca já negociados na história e a maior quebra de produção de um estado.

Resumindo assim, até parece que a safra foi tranquila, mas isso é um mero engano. Antes de mostrar como foi a safra 2019/2020 desde o princípio, vale relembrar a situação deixada pela temporada 2018/2019, que foi marcada por uma forte quebra no país. Do potencial de colher mais de 120 milhões de toneladas, ficou o gosto amargo de colher apenas 115 milhões de toneladas. Muitos estados colheram menos que no ano anterior, mas a pior situação foi do Paraná que colheu 20% menos que o potencial inicial.

O projeto Soja Brasil marcou presença e informou cada um dos principais fatos que afetaram a soja no Brasil. A equipe percorreu mais de 100 mil quilômetros nesta temporada, passando por pelo menos 90 municípios, em 13 estados. Além disso, os eventos, fórum e aberturas oficiais de colheita e plantio da soja receberam mais de 5 mil pessoas. Somente no site do Projeto Soja Brasil foram publicadas mais de 1.075 reportagens, trazendo ao produtor toda a informação necessária para garantir a tomada de decisão na hora certa. Confira abaixo como foi essa desafiadora safra!

Safra 2019/2020 inicia sem chuvas

Imagine a cabeça do produtor rural do Paraná, que teve aquela grande quebra na safra anterior, ver, ao final do dia 10 de setembro de 2019, o tempo seco e a previsão de chuvas somente para outubro! Alguns produtores até arriscaram plantar com pouca umidade no solo.

Pois foi assim que começou a temporada 2019/2020 de soja no Brasil, já que os paranaenses são os primeiros a encerrar o vazio sanitário e iniciar o plantio do grão. A Abertura Oficial do Plantio da Soja aconteceu logo no dia 19 de setembro, momento em que a maioria dos grandes estados produtores também foi autorizado a iniciar o plantio. Rondônia recebeu a celebração oficial pela primeira vez e mesmo com o solo seco, alguns produtores apostaram em colocar as sementes no solo.

A falta de chuvas não atingiu somente o Sul e Nordeste do país, o Centro-Oeste também teve que adiar o início do plantio da soja. Mato Grosso só começou mesmo no dia 23 de setembro, enquanto Mato Grosso do Sul não tinha condição de colocar as sementes no solo.

Naquela mesma época, os Estados Unidos iniciaram a colheita de uma de suas piores safras da história (colheram 95 milhões de toneladas apenas,por conta do clima adverso) e, como convinha, o presidente Donald Trump, fez um acordo de trégua na guerra comercial com a China. O resultado foi que os asiáticos compraram quase 1 milhão de toneladas em uma semana.

Chuvas, descobertas e vendas

Passado aquele primeiro momento de preocupação, o retorno das chuvas para boa parte do país trouxe alívio para os produtores de soja. Naquele mesmo momento, as primeiras perspectivas das consultorias apontavam para o potencial de colher 125 milhões de toneladas de soja na safra 2019/2020.

Ainda em outubro, uma grande descoberta científica sobre a ferrugem asiática foi anunciada pela Embrapa e promete mudar mais uma vez a agricultura mundial. O mapeamento do genoma da pior doença para a soja, deve trazer inovações comparáveis apenas ao mapeamento da própria cultura (que aconteceu em 2008). Desde então foram lançadas plantas geneticamente ordenadas ou modificadas para apresentarem resistência a diversas doenças, seca e até mesmo a ferrugem asiática.

Enquanto isso, no mercado, os preços do grão na Bolsa de Chicago operavam acima dos US$ 9,20 por bushel, ao passo que o dólar começava uma escalada e naquele momento chegava a R$ 4,20. O resultado foi que a saca no Brasil passou a ser negociada acima dos R$ 80 em praças distantes dos portos e chegava perto dos R$ 90 nos portos. Com isso as comercializações antecipadas da nova safra dispararam.

Fantasma do replantio e EUA com soja na neve

Em outubro, as chuvas retornaram, mas não de maneira generalizada, o Sul do país ainda enfrentava problemas, principalmente no Paraná, que era é o único estado da região a ter iniciado o plantio. Muitos produtores do oeste já falavam em replantar a soja semeada nos primeiros dias após o fim do vazio sanitário. Até a Embrapa tentou ajudar dando dicas. Naquele mês, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgou sua primeira estimativa de produção para a nova safra, em torno de 120,3 milhões de toneladas.

Ao mesmo tempo os produtores do Nordeste, que já sofriam com uma prolongada estiagem, avaliavam se seria possível plantar em novembro. Os produtores de soja do Rio Grande do Sul se preparavam para o maior desafio de suas vidas e, eles nem sabiam o que viria pela frente. O curioso é que o estado estava com dificuldades de plantar por conta do excesso de chuvas.

Nos Estados Unidos o que era ruim, começou a ficar pior. O atraso no plantio, por conta do clima adverso, empurrou a colheita do país para uma época de tempestades de neve. O resultado foi a soja enterrada naquele cenário branco, em uma das reportagens mais lidas do ano.

Em Mato Grosso, na mesma época, alguns produtores tiveram que apelar para o replantio por falta de chuvas e outros, por queda de granizo. Um detalhe interessante é que eles são vizinhos. Em Mato grosso do Sul a falta de chuvas apontava para uma safra nada fácil.

Crises internacionais e riscos na safra

No final de outubro uma reeleição estranha de Evo Morales na Bolívia levou o país vizinho a enfrentar dias de guerra civil. Alguns brasileiros que plantam soja no país relataram os dias de terror que viveram.

Em novembro, enquanto as chuvas deram condições para todos os estados, incluindo o Rio Grande do Sul avançarem rápido no plantio da soja, Mato Grosso do Sul ainda estava as voltas com a falta de chuvas e algumas áreas tiveram que ser replantadas. Naquele mês, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não levou em consideração as áreas replantadas pelo país e elevou a perspectiva de colheita do país para 120,8 milhões de toneladas (contra 120,3 da 1ª estimativa, feita em outubro).

MS: produtor terá que replantar soja por seca e excesso de chuvas

 

Os produtores do Paraná, principalmente do norte e oeste, ainda enfrentavam problemas com a escassez de chuvas. Muitas áreas replantadas ficaram mais de 10 dias sem água. O plantio da soja no Brasil seguia atrasado e todos os estados apresentavam ritmo inferior ao do ano passado.

Chegada da ferrugem e safra brasileira maior

O atraso no plantio da soja não trouxe apenas prejuízos, já que isso também atrasou a chegada da pior doença para a cultura, a ferrugem asiática. O Paraná foi o primeiro estado a registrar a doença, em dezembro apenas. Normalmente os primeiros casos surgem ainda em outubro.

Com o plantio praticamente finalizado no Paraná e Mato Grosso, a Conab apostou em uma safra maior e aumentou pela 2ª vez a projeção de colheita para o país, chegando em dezembro a 121 milhões de toneladas.

Outro fato importante que aconteceu em dezembro foi o acordo entre Estados Unidos e China, para fim da guerra comercial. A “fase 1”, como foi apelidado o acordo fez com que a cotação do grão, que vinha caindo e chegando próximo de ficar abaixo dos US$ 9 por bushel, se sustentasse.

No final de dezembro, as perspectivas para a safra brasileira passaram de preocupação com alguns estados, para otimismo. O retorno das chuvas no Paraná trouxe um pouco de alívio aos produtores e as áreas que antes sofriam, conseguiram se recuperar bem. Em Mato Grosso são registradas as primeiras colheitas da nova safra 2019/2020, com produtividades 10% maiores em relação ao ano anterior.

Novo ano com incertezas e recordes

A situação difícil do Rio Grande do Sul começa a aparecer, com poucas chuvas em dezembro, as lavouras de soja implantadas começam a sucumbir. A própria Emater-RS já destaca várias áreas precisando de replantio e lavouras inteiras morrendo.

Na metade de janeiro, a colheita da soja começa a ganhar força em Mato Grosso e no Paraná. Ao mesmo tempo, Goiás inicia os trabalhos sediando a Abertura Nacional da Colheita da Soja, em Jataí. A festa foi regada pela perspectiva de o país bater o recorde de produção de soja e ao mesmo tempo se tornar o maior produtor mundial do grão.

A própria Conab, em seu 4º levantamento de safra, ainda desconsiderando o problema no Rio Grande do Sul, elevou sua estimativa de produção, para 122,2 milhões de toneladas. A surpresa foi perceber que com a melhora no clima, o Paraná (que no ano anterior teve forte quebra), conseguiria se recuperar e produzir a maior safra de sua história.

No fim do mês o surgimento de uma pandemia viral na China chamou a atenção do mundo inteiro. Todas as Bolsas de commodities do país já registraram quedas seguidas nas cotações por conta do novo coronavírus. Em contrapartida, o dólar disparou e os preços da soja no Brasil começaram a escalada para, em breve, baterem um recorde no Brasil.

Colheita começa no RS e perdas são aparentes

Fevereiro começou cheio de incertezas no mercado internacional por conta da crise do coronavírus, até então, instalada na China. A cotação da soja na Bolsa de Chicago chegou rapidamente aos menores patamares históricos após registrar 8 quedas seguidas e as perspectivas internacionais não iriam melhorar. Enquanto isso, no Brasil, os preços oscilavam, mas devido ao dólar, continuavam a subir.

A colheita brasileira avançou rápido em fevereiro e, de atrasada, passou a ficar adiantada. No começo do mês estava de 6%, e fechou em quase 40% no fim do mês. O Rio Grande do Sul começou a colher e naquele momento as perdas ficaram bastante claras para todo o país. Naquele momento algumas regiões apontavam redução de 40% da produção. Já a Aprosoja previa uma prejuízo inicial de pelo menos R$ 12 bilhões com a quebra do estado.

‘Rio Grande do Sul pode ter prejuízo de R$ 12 bilhões com quebra na soja’

 

Coronavírus traz preços recordes para a soja

Março começou com a notícia bombástica que de metade do planeta estava entrando em quarentena contra o avanço do coronavírus, incluindo o Brasil. Com isso, o dólar que já estava elevado subiu mais e com ele os preços da saca de soja. Alguns contratos para entrega futura chegaram a atingir a marca dos R$ 100 por saca nos portos. Distantes deles, o valor pago também está bastante acima do normal e os produtores brasileiros aproveitaram corretamente a oportunidade.

Se fora do campo estava tudo encaminhado, atrás da porteira ainda tinha muita gente tentando terminar a colheita. No Rio Grande do Sul, conforme os trabalhos para retirada da soja avançavam, os prejuízos iam ficando mais claros e maiores. Até a Conab, em seu relatório de março, já apontava forte quebra no estado. Entretanto, as grandes safras previstas para o Paraná e Mato Grosso compensaram a quebra e a previsão ainda é de uma colheita recorde no país.

Em março um dos maiores produtores de soja do mundo, a Argentina, teve três notícias ruins. A primeira é que o governo resolveu elevar as taxas sobre as exportações de soja, as chamadas ‘retenciones’, tirando a competitividade dos produtores. A segunda é que o clima adverso que afetou o Brasil, também atingiu os hermanos que reduziram a perspectiva de colheita para a safra. A terceira é que o coronavírus obrigou importantes portos a fecharem.

Enquanto isso, no Nordeste o excesso de chuvas era o problema. As lavouras e estradas para escoamento ficaram destruídas.

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Exportação recorde e colheitas terminam

Enquanto todos os setores da economia pensavam nos impactos que o coronavírus traria ao país, o setor da soja mostrava porque é o principal produto do Brasil e da agricultura. A comprovação veio no resultado de março, das exportações, onde o país embarcou a maior quantidade para aquele mês na história.

Se de um lado parte do setor da soja comemorava, no Rio Grande do Sul as perdas se acumulavam, com colheitas de apenas 16 sacas por hectare e mais de 9 mil pedidos de auxílio do Proagro. Com isso, pela primeira vez, a Conab revisou a produção brasileira para baixo na safra, que agora não passaria dos 120 milhões de toneladas.

As colheitas, no país, terminam em alguns estados. Mas em todos os grandes produtores os trabalhos se encaminham para o final.

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